terça-feira, 19 de janeiro de 2010

As não-Férias nas Caraíbas

Cada vez que penso nisso, mais me convenço que deveríamos confiar cada vez mais na nossa intuição, estar mais atentos aos sinais, ao não me apetece, não sei porquê. Se tudo tivesse corrido como o planeado, estaria agora a fazer as malas para umas férias nas Caraíbas. Tanks God, não estou. A possibilidade de começar a pensar em férias surgiu apenas em finais de Novembro, cheia de dores nos olhos e cefaleias, estava a precisar daquelas férias em que só se está bem dentro de sopa de água quente, sem fazer ou pensar em absolutamente nada. Só azul do céu e azul da água. E, nada mais. Desafiei a Ana, que adiantou que para Janeiro alinhava. Ora começámos a pensar nisso e sobretudo no sítio, a tal sopa de água quente, que, nesta altura do ano, só seria possível no Brasil, mas desde que acabaram com os low-cost para lá, as viagens estão caras; Cabo-Verde a Ana já conhece, só nos restavam as Caraíbas. Apesar de a República Dominicana estar posta de lado desde o ínicio e por ambas, as nossas vistas começaram a apontar para Cuba, e apontámos para agora, por estas águas, a última semana de Janeiro. Só que, logo após ter desafiado a Ana a irmos para a sopa quente, comecei a sentir uma falta de vontade de ir, depois meteu-se o Natal e o Ano Novo e as festividades obrigatórias, e as Caraíbas cada vez mais longe na minha cabeça e na minha vontade, mas como fui eu a desafiar, não queria ser como aquelas pessoas que se cortam sempre no último momento, desistem, está frio, está a chover, então lá me mantive, mas sem ânimo. Quando a Ana me disse que tinha lido numa revista que o destino Tal era um dos escolhidos para esta altura, exultei. Procuramos agora uma boa promoção para o Outro Destino, as Caraíbas ficaram para trás, senão, que férias seriam estas com o cheiro dos mortos e do sofrimento no ar? Não conseguiríamos estar de papo para o ar, a enfrascarmo-nos de caipirinhas como se nada estivesse a acontecer ali ao lado. Não temos feitio para isso. O mais provável seria acabarmos enfiadas na mochila do Fernando Nobre. O sofrimento dos outros toca-nos e deixa-nos sem palavras. Qualquer celebração, fosse de férias ou não, parecer-nos-ia uma afronta à dor dos vivos e à memória dos mortos. Tanks God não estamos a fazer as malas para as Caraíbas.

2 comentários:

lobices disse...

...olá
...grato pela visita
...sim, é em Albufeira aquele amanhecer
...abraço

Zoe disse...

é bonito com as palmeirinhas...
abraço
zoe