terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Ano velho

Despachado que está o Natal de 2009, já comecei as arrumações para o novo ano. A época é de balanços, mas não gosto de os fazer, não sou nenhuma loja. Gosto é de deitar fora. Apesar de não ligar a datas, e de acordar em 2010 igualzinha àquela que se deitou em 2009, isto é com a mesma cor de cabelo, olhos e pele, feitio e temperamento, __não sei se por superstição ou não__, gosto de começar o ano novo, com tudo arrumado, reciclado, dado, deitado fora, arranjado. Manda a tradição não começarmos o novo ano com coisas avariadas, coisas partidas, rachadas. Parece que a energia do feng-shui não circula.  Portanto, mãos à obra.
Aliás, não compreendo como é que uma alminha penada como eu e sempre a deitar coisas fora consegue ainda arranjar sacos e sacos de papelada, canetas que não escrevem, duas dúzias de frascos vazios, uma dúzia de embalagens vazias de ovos, taparueres sem tampa, boiões de cremes secos, comprimidos fora de prazo, betadine de 2008, agendas de mil novecentos e carqueja, especiarias do tempo das caravelas, farelos e as comidas esquisitas que como com prazo de validade há muito ultrapassado, pacotes de chá em árabe, roupa que jamais me servirá, sapatos onde os meus pés de cinderela já não entram...Ah, e o pilhómetro estava cheio! Como é possível uma pessoa sozinha produzir tanto lixo?
Outra coisa que gost de fazer, é recortar em jornais e revistas previsões para o novo ano, colá-las na minha agenda, e um ano depois verificar que nenhuma das previsões se concretizou.
Quanto à passagem de ano em si, é mais um momento de transgressão permitida, portanto, aproveitemo-lo.       

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