terça-feira, 5 de maio de 2009

Mariza e Lenny Kravitz, juntos em concerto, hoje no Pavilhão Atlântico

Reinam no nosso país (e nos outros também, com certeza...) umas opiniões, por assim dizer institucionalizadas, em que não podemos dizer que não gostamos da Mariza (ou do Cristiano Ronaldo e assim por aí adiante) sem corrermos o risco de sermos excomungados.
O quê? Não gostas da Mariza??? A sucessora da Amália??
Pois, é verdade, não gosto de ouvir cantar a Mariza. E, até poderia nem gostar de fado. Teria todo o direito. E, isso de sucessões tem muito que se lhe diga. O fado não é nenhuma monarquia. Mas, vá lá, o sucessor da Amália chama-se: Camané! Isso sim, quando ele canta, num primeiro momento faz-se aquele silêncio absoluto em que os franceses dizem que vai um anjo a passar e, depois uma pessoa tem de parar tudo o que está a fazer, porque o Camané canta lá do fundo das entranhas, e tudo estremece. Com a Mariza não sinto qualquer emoção. Pode ela começar a cantar, que eu continuo a descascar as cenouras para a sopa, a limpar a casa de banho dos gatos ou a estender roupa. Ah! Mas, ela canta muito bem, dizem-me! Pois canta, acrescento eu. Mas, a Celine Dion também. E, é só ela começar a abrir a boca, que tenho imediatamente de desligar a telefonia! É uma das minhas embirrações de estimação. A Mariza canta de facto muito bem, é tecnicamente perfeita (digo eu, que não sei distinguir um tom de um meio-tom) nenhuma nota está fora do sítio, mas não sinto nada. Tem presença em palco! Dizem-me. Poderá ter, mas aqueles fatos de dama antiga assinados João Rôlo retiram-lhe toda a magia e poder.
Já a Ana Moura é outra coisa: tem feeling e profundidade. A Mafalda Arnauth também. E, a Maria Fernandes! Quem é? É uma amiga minha fadista, holandesa, (não luso descendente) de seu nome Liesbeth Pieterse Van Heijningen (Maria Fernandes é nome artístico) que vive em Alphen a/d Rijen, uma pequena cidade perto de Amesterdão. Claro que não acreditam, por isso envio-vos para:
A banda que a acompanha: Os Solitários, são __logo se lhes tira a pinta__ holandeses.
Com isto tudo até parece que sou fanática de fado. Pas du tout! O fado na minha vida é como o sal na na minha comida: não pode ser em excesso. Como tudo, dir-me-ão. Não, não. Posso ouvir até à exaustão: Gainsbourg, Barbara, Betânia, Humanos, Variações...
Mas, a minha relação amor-ódio com o fado fica para outras inspirações, porque tem muito que se lhe diga. Por hoje fica a minha paixão assolapada pelo Camané, a referência à minha querida Liesbeth e a pequena embirração" (não muita) pela interpretação da Mariza. Ah, pois, já me esquecia. A Mariza e o Kenny Kravitz, juntos e ao vivo no Pavilhão Atlântico.
Parece-me, que quando a Ana Moura actuou no concerto dos Rolling Stones em Portugal a notícia passou mais desapercebida e menos publicitada. Parece-me.

2 comentários:

Paulo Matos disse...

Wow, mais improvável, só o Socrátes fazer um dueto com os Xutos...
'that's what i call music', como diz o outro.

Paulo Matos disse...

Bem, ora aqui está algo que nunca me passaria pela cabeça!! É bem é bem, tou curioso para ver o que vai sair dali!!!