Reinam no nosso país (e nos outros também, com certeza...) umas opiniões, por assim dizer institucionalizadas, em que não podemos dizer que não gostamos da Mariza (ou do Cristiano Ronaldo e assim por aí adiante) sem corrermos o risco de sermos excomungados.
O quê? Não gostas da Mariza??? A sucessora da Amália??
Pois, é verdade, não gosto de ouvir cantar a Mariza. E, até poderia nem gostar de fado. Teria todo o direito. E, isso de sucessões tem muito que se lhe diga. O fado não é nenhuma monarquia. Mas, vá lá, o sucessor da Amália chama-se: Camané! Isso sim, quando ele canta, num primeiro momento faz-se aquele silêncio absoluto em que os franceses dizem que vai um anjo a passar e, depois uma pessoa tem de parar tudo o que está a fazer, porque o Camané canta lá do fundo das entranhas, e tudo estremece. Com a Mariza não sinto qualquer emoção. Pode ela começar a cantar, que eu continuo a descascar as cenouras para a sopa, a limpar a casa de banho dos gatos ou a estender roupa. Ah! Mas, ela canta muito bem, dizem-me! Pois canta, acrescento eu. Mas, a Celine Dion também. E, é só ela começar a abrir a boca, que tenho imediatamente de desligar a telefonia! É uma das minhas embirrações de estimação. A Mariza canta de facto muito bem, é tecnicamente perfeita (digo eu, que não sei distinguir um tom de um meio-tom) nenhuma nota está fora do sítio, mas não sinto nada. Tem presença em palco! Dizem-me. Poderá ter, mas aqueles fatos de dama antiga assinados João Rôlo retiram-lhe toda a magia e poder.
Já a Ana Moura é outra coisa: tem feeling e profundidade. A Mafalda Arnauth também. E, a Maria Fernandes! Quem é? É uma amiga minha fadista, holandesa, (não luso descendente) de seu nome Liesbeth Pieterse Van Heijningen (Maria Fernandes é nome artístico) que vive em Alphen a/d Rijen, uma pequena cidade perto de Amesterdão. Claro que não acreditam, por isso envio-vos para:
A banda que a acompanha: Os Solitários, são __logo se lhes tira a pinta__ holandeses.
Com isto tudo até parece que sou fanática de fado. Pas du tout! O fado na minha vida é como o sal na na minha comida: não pode ser em excesso. Como tudo, dir-me-ão. Não, não. Posso ouvir até à exaustão: Gainsbourg, Barbara, Betânia, Humanos, Variações...
Mas, a minha relação amor-ódio com o fado fica para outras inspirações, porque tem muito que se lhe diga. Por hoje fica a minha paixão assolapada pelo Camané, a referência à minha querida Liesbeth e a pequena embirração" (não muita) pela interpretação da Mariza. Ah, pois, já me esquecia. A Mariza e o Kenny Kravitz, juntos e ao vivo no Pavilhão Atlântico.
Parece-me, que quando a Ana Moura actuou no concerto dos Rolling Stones em Portugal a notícia passou mais desapercebida e menos publicitada. Parece-me.
2 comentários:
Wow, mais improvável, só o Socrátes fazer um dueto com os Xutos...
'that's what i call music', como diz o outro.
Bem, ora aqui está algo que nunca me passaria pela cabeça!! É bem é bem, tou curioso para ver o que vai sair dali!!!
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